sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Centro-Oeste Mato Grosso do Sul

- M A T O G R O S S O D O S U L -

GEOGRAFIAÁrea: 357.125 km2. Relevo: pantanal (extremo oeste), planaltos com escarpas a leste e depressão a noroeste. Ponto mais elevado: morro Grande, no morro da Santa Cruz (1.065,4 m). Rios principais: Paraguai, Paraná, Paranaíba, Miranda, Aquidauana, Taquari, Negro, Apa, Correntes. Vegetação: cerrado a leste, Pantanal a oeste, floresta tropical a sul. Clima: tropical. Municípios mais populosos: Campo Grande (6765.247), Dourados (186.357), Corumbá (101.089), Três Lagoas (87.113), Ponta Porã (68.317), Aquidauana (46.469), Naviraí (41.091), Paranaíba (39.607), Nova Andradina (39.470), Coxim (33.408) - 2006. Hora local: -1h. Habitante: sul-mato-grossense.

POPULAÇÃO – 2.297.981 (2006). Densidade: 6,4 hab./km2 (2004). Cresc. dem.: 1,7% ao ano (1991-2006). Pop. urb.: 85,4% (2004). Domicílios: 680.016 (2006); carência habitacional: 93.862 (2006). Acesso à água: 82,0% (2005); acesso à rede de esgoto: 15,7% (2005). IDH: 0,778 (2000).

SAÚDEMort. infantil: 19,1 por mil nascimentos (2005). Médicos: 11,8 por 10 mil hab. (2005). Leitos hosp.: 2,3 por mil hab. (2005).

EDUCAÇÃO
Educ. infantil: 82.973 matrículas (77% na rede pública). Ensino fundamental: 434.449 matrículas (91,3% na rede pública). Ensino médio: 99.861 matrículas (84,9% na rede pública) - todos em 2005. Ensino superior: 64.462 matrículas (33,3% na rede pública - 2004. Analfabetismo: 9,5%; analfabetismo funcional: 25,4% (2004).

GOVERNOGovernador: André Puccinelli (PMDB). Senadores: 3. Dep. federais: 8. Dep. estaduais: 24. Eleitores: 1.561.181 (1,2% do eleitorado brasileiro - 2006). Sede do governo: Parque dos Poderes, bloco 8, Governadoria, Campo Grande. Tel. (67) 318-1000.

ECONOMIAParticipação no PIB nacional: 1,1% (2004). Composição do PIB: agropec.: 31,2%; ind.: 22,7%; serv.: 46,1% (2004). PIB per capita: R$ 8.945 (2004). Export. (US$ 1,5 bilhões): soja e derivados (34,9%), carnes de suínos e frangos (20,9%), carne bovina (13,7%), minérios e suas ligas (8%), couros e peles (7,4%), madeira (5,1%). Import. (US$ 1,1 bilhões): gás natural (58%), geradores e turbinas (21,2%), carne bovina (7,2%), fertilizantes (2,1%), fios sintéticos (2,1%) - 2005.

ENERGIA ELÉTRICAGeração: 15.222 GWh; consumo: 2.835 GWh (2004).

TELECOMUNICAÇÕESTelefonia fixa: 540 mil linhas (maio/2006); celulares: 1,5 milhões (abril/2006).

CAPITAL – Campo Grande. Habitante: campo-grandense. Pop.: 765.247 (2006). Automóveis: 269.021 (2006). Jornais diários: 5 (2006). Prefeito: Nelson Trad Filho (PMDB). Nº de vereadores: 16 (2006). Data de fundação: 26/8/1899.

Mato Grosso do SulFatos históricos:

A decisão de dividir Mato Grosso em dois estados foi tomada em 1977 e efetivada em 1979 com a criação de Mato Grosso do Sul. Na época, o governo afirmava ser essa a melhor forma de administrar e desenvolver uma região tão extensa, diferenciada e estratégica. Além disso, a região centro-sul de Mato Grosso, com agricultura mais intensiva, distribuída por um número maior de propriedades, tem crescimento econômico e social diferente do da região norte, onde predominam a pecuária extensiva e o latifúndio. Para a região sul chegam muitos migrantes desde o final do século XIX, vindos do Sul e do Sudeste. Esse movimento se fortalece no século XX e cria uma sociedade mais complexa e aberta, além de laços políticos sólidos com os estados vizinhos, especialmente São Paulo. Esse vínculo fica claro com a participação do sul do estado na Revolução de 1924, nas Revoltas Tenentistas e na Revolução Constitucionalista de 1932.

Cortado no extremo sul pelo Trópico de Capricórnio, Mato Grosso do Sul está situado na Região Centro-Oeste. A proximidade com a Bolívia e o Paraguai explica a popularidade de alguns pratos daqueles países. Na cozinha do dia-a-dia, os peixes, fartos nos rios, são muito usados, assim como a carne fornecida pelos grandes rebanhos bovinos. No oeste do estado estão dois terços do pantanal mato-grossense, a maior planície alagável do mundo e um dos ecossistemas mais importantes do planeta. Com uma área que abrange 12 municípios, o Pantanal apresenta declividade quase nula, o que favorece as freqüentes inundações. A região possui grande variedade de fauna e flora, com florestas, baixios, savanas, cerrados, campos e matas naturais. Há jacarés, capivaras, sucuris, onças-pintadas e imensa variedade de pássaros. Outra riqueza natural são as grutas e os rios da cidade de Bonito, na serra da Bodoquena, cujas atrações são as cavernas pré-históricas e o mergulho nos pequenos riachos de águas cristalinas e repletas de peixes. Entre as grutas, a mais importante é a do Lago Azul. A partir dos anos 90, o potencial de turismo ecológico, ancorado no Pantanal, começa a ser explorado, criando um desafio para o efetivo controle da caça e da pesca.

Problemas ambientais - O aumento no número de queimadas vem transformando a paisagem e o meio ambiente do estado no período das secas, que se estende do final de março a meados de setembro. Outro problema ambiental é o assoreamento do rio Taquari, um dos principais formadores do Pantanal, provocado pela ocupação predatória da região. Em Camapuã, no nordeste do estado, a atividade pecuária dá início a um processo de desertificação, segundo a organização não governamental Ecologia e Ação (Ecoa).

Com forte tradição agropecuária, Mato Grosso do Sul é o estado de maior crescimento econômico na Região Centro-Oeste. Entre 1990 e 1998, o estado se desenvolve a um ritmo 25% mais acelerado que a taxa acumulada de crescimento do Brasil, de acordo com o Ipea. Nesse período, Mato Grosso do Sul muda também seu perfil econômico, industrializando-se. Em 1990, a atividade agropecuária correspondia a 24,4% do PIB estadual, enquanto a indústria era responsável por 13%. Em 1998, cada um desses setores tem participação de 22%. Em 2004, respectivamente, 31,2%, 22,7% e, 46,1% para o setor de serviços.

Um dos fatores que contribuem para o crescimento industrial são os incentivos fiscais, que se tornam mais abrangentes a partir de 1997, com a aprovação de uma lei autorizando as empresas a pagar apenas 25% do ICMS por prazos de até dez anos. Esse benefício atrai as indústrias de transformação, como as de carne, soja e ração, que migram para o estado para reduzir despesas com fretes na compra da matéria-prima.

Na pecuária, o gado bovino ultrapassa o rebanho mineiro, com 20,9 milhões de cabeças, conforme dados do IBGE. A agricultura, desenvolvida principalmente no leste do estado, é favorecida pela proximidade com a agroindústria e com grandes mercados consumidores do Sul e do Sudeste, e também pelo solo fértil - a terra roxa -, sobretudo no planalto do rio Paraná.

Desde 1990, as culturas voltadas para os mercados nacional e internacional, em processo de modernização e empregando menos mão-de-obra, registram grande crescimento. A produção de milho, por exemplo, evolui 400%, e a da soja em grão passa a representar 9% da safra brasileira, com 2,79 milhões de t. Porém, há declínio de setores mais tradicionais, principalmente das lavouras de algodão, arroz, feijão e trigo. A estiagem e as enchentes vem castigando constantemente os agropecuaristas do estado.

I
ndicadores sociais e econômicos - Mato Grosso do Sul tem uma das mais baixas taxas de densidade demográfica do país - 6,4 habitantes por km2. Está em quinto lugar entre os estados brasileiros no ranking do índice de desenvolvimento humano (IDH), da ONU. As grandes distâncias, o vazio populacional e o fato de que quase um terço de suas terras sofre inundação periódica dificultam a adoção de políticas de saneamento básico. Apenas 15,7% dos domicílios estão ligados à rede de esgoto ou possuem fossa séptica. Outro problema é a questão fundiária. Mato Grosso do Sul é o estado do Centro-Oeste com o maior número de conflitos.

Em 2004 foi o único estado brasileiro a ter decréscimo do PIB (- 0,8%). Outro problema foi em 2005: devido a febre aftosa, em outubro, mais de 50 países adotaram restrições à carne brasileira (o foco foi no Mato Grosso do Sul e milhares de cabeças foram abatidas). Em março de 2006 o fato se repete sendo que em 2007 aparentemente o problema foi controlado com duras medidas fitosanitárias.

Programa Pantanal - Com investimentos estrangeiros, intermediados pelo governo federal, está sendo implantado o Programa Pantanal, que deverá durar oito anos, a partir de 2001. Até 2009, deverão ter sido investidos, pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), cerca de 200 milhões de dólares. Os principais pontos do programa são a administração de bacias hidrográficas; manejo de bacias críticas; água e saneamento; ecoturismo; apoio ao produtor pantaneiro; e fortalecimento da Polícia Ambiental, intensificando a proteção do meio ambiente.

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